Rastreamento de
Cargas - isnard martins
Palavras chave: Rastreamento,
Segurança Pública, Logística, Roubo de Cargas, GIS
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Centro
Científico de Estudos de Segurança Pública Autor - Isnard T. Martins, Doutorando DEI Puc, Rio Orientação Acadêmica - Dr. Silvio Hamacher, PhD, DEI PUC-Rio |
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Localizar em tempo-real a posição da frota, fornecer ao cliente a posição geográfica da remessa ou calcular o tempo previsto para as entregas no ponto de destino são proposições dos sistemas operados pelos principais transportadores de cargas, seja no modal rodoviário, aéreo ou marítimo. Constituindo a base dos sistemas de rastreamento eletrônico de cargas, os sistemas GIS e GPS, originados de estudos desenvolvidos no campo da ciência da informação e telecomunicações, trouxeram um novo elenco de recursos técnicos e operacionais aplicados à logística, emprestando à criminalística ferramentas de apoio contra as crescentes perdas decorrentes de roubo e furto de cargas praticadas pelo crime organizado. |
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História - Antecedentes |
Conceito de Rastreamento |
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A preocupação com o
rastreamento da frota é antiga e tem os seus antecedentes nos meados
do século passado. De acordo com Katsonis (2004), a Viação Cometa foi
pioneira no país na introdução de redes de comunicação, via rádio,
para acompanhamento de sua frota. A empresa em 1956 utilizava 500
rádios transmissores Motorola VHF instalados nos ônibus e veículos
auxiliares. A infraestrutura de apoio para este serviço contava com 8
estações repetidoras e 65 estações de rádio fixas, distribuídas ao
longo das rotas e terminais. O sistema de rádio era utilizado para
chamadas de socorro, transmissão de mensagens urgentes e informações
de reservas de bilhetes. As transmissões de rotina eram efetuadas por
meio do telégrafo, sendo substituído posteriormente pelo Telex. O
sistema de rádio da Viação Cometa manteve-se em operação até meados da
década de 90.
O contato entre estações
móveis, entretanto, era realizado de forma direta, rádio a rádio,
suportado por três canais disponíveis. Nesta fase, devido a enorme
carência de recursos de comunicações que vivenciava o país, este
serviço da estatal proveu valiosos préstimos aos operadores logísticos
de cargas durante um longo período. O autor deste artigo foi usuário
pioneiro do sistema Tele Estrada, portador do antigo prefixo RJ-2479
entre os anos 1984 e 1994, ocasião em que o sistema foi aberto para
todo tipo de veículo motorizado da frota pública. A posterior chegada
da telefonia celular no Brasil, em 1994, reduziu a importância dos
benefícios então oferecidos pelo sistema Tele Estrada aos seus
usuários.
As escalas nestas redes de
serviços, geralmente programadas previamente, serviam também para
informar a empresa sobre a posição geográfica dos veículos e da carga
durante o seu deslocamento para o destino final. Alguns destes
serviços oferecidos aos veículos de carga nas rodovias no passado
ainda permanecem, apesar de tecnicamente atualizados, parcialmente
presentes até os dias de hoje. |
De acordo com a GMS (2004), o rastreamento
consiste na localização dos veículos; o monitoramento permite traduzir
as informações geográficas em mapas digitalizados da cidade, ou
região, definindo a rua ou rodovia onde o veículo está localizado. O
Roteamento de veículos define as melhores rotas possíveis de
distribuição de bens e serviços para diversos locais utilizando uma
frota de veículos. Os Sistemas de Roteamento de Veículos visam à
determinação de rotas ótimas de atendimento, minimizando o
deslocamento total entre o ponto de origem e os pontos de destino,
processando todas as tarefas sobre o mapa digital. Para Lieberman &
Hiellier (1988), a solução da rota mais curta visa encontrar a rota
mais curta entre uma origem e um destino através de uma rede de
conexão, dada a distância não negativa associada aos ramos (vias) da
rede (região). |
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Sensores Embarcados |
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O monitoramento, através de sensores
remotos, destina-se à aquisição de dados dinâmicos tais como consumo
de combustível, peso da carga transportada, número de ocupantes da
cabine de veículos e envio de comandos de uma central de monitoramento
destinados à cobertura de situações emergenciais. No modelo de
sensores demonstrado pela Cerruns (2004), a comunicação é baseada em
transmissão via telefonia celular e as coordenadas do veículo são
capturadas via GPS. |
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Rastreamento - Um sistema Multidisciplinar |
Exame do Problema - O Cenário |
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Rastreamento de
Cargas - Um Sistema Multidisciplinar
Assim, nos locais de cobertura GSM é possível aumentar o número de freqüência das mensagens entre o veículo e a Central de Monitoramento. |
Na moderna economia
a informação adquire a importância de insumo industrial primário. O
fator tempo orienta a gestão da cadeia de produção baseada nos
benefícios que os sistemas “just-in-time” podem propiciar. Desta forma
o tempo despendido para deslocamento da carga entre o ponto de origem
e o ponto destino não representa um custo irrelevante nas curvas da
administração científica do estoque ou custos da manufatura. Em
decorrência, o posicionamento temporal e geográfico da carga foi
incorporado aos sistemas de gestão das empresas e, em alguns modelos
tecnicamente evoluídos, oferecidos como diferencial para eventual
integração com sistemas internos de gestão de seus clientes
preferenciais. |
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As Cargas Preferenciais Com referencia ao interesse sobre as cargas preferenciais, alvo das quadrilhas em rodovias federais, Bezerra (2004) apresentou um resumo estatístico, contabilizando a tipificação destas cargas referentes ao ano de 2003, segundo participação no volume total de ocorrências:
Os Impactos
Econômicos decorrentes do Problema Examinado
Redução do número de seguradoras operando com transporte de cargas. Restrições impostas pelas seguradoras no tocante ao seguro contra roubo ou furto de cargas: · Aumento das taxas sobre as cargas e veículos; · Exclusão da cobertura de certos produtos transportados; · Participação obrigatória do segurado nos prejuízos; · Aceitação do risco condicionado à adoção de medidas preventivas (gerenciamento do risco);
·
Introdução
de sub limites nas apólices.
Sem uma perspectiva de solução de curto
prazo para o problema, as empresas de transporte e empresários de
todos os segmentos afetados procuram alternativas que possam
minimizar as perdas materiais, comerciais e humanas, não apenas pela
busca de diferenciais junto ao respectivo mercado alvo, porém como
uma saída para a sobrevivência da empresa no setor.
Ocorrências de roubo de cargas no Rio de Janeiro (2003, janeiro a julho) Principais Logradouros (classificado por quantidade de ocorrências) Fonte Boletins de ocorrências 2003
Distribuição de horários das
ocorrências de roubo de cargas no Rio de Janeiro
O bairros mais violentos no Rio de
Janeiro, por quantidade de ocorrências de roubo de cargas
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As Soluções Propostas para o Problema |
Conclusões deste Estudo |
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Dentre soluções propostas
por autoridades de Segurança Pública e Seguradoras para o setor de
transportes destacam-se as alternativas de investimento em tecnologias,
gerencia de risco e postura preventiva por parte das empresas
transportadoras (Santos, 2004). Segundo Reis (2004), o rastreamento do
veículo tem sido uma alternativa de baixo custo para recuperação da carga em
caso de roubo. A procura por este tipo de serviço incentivou a criação de
diversas empresas que utilizam vários sistemas com o mesmo fim: recuperar o
patrimônio do cliente.
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A base instalada dos sistemas de rastreamento em veículos de carga apresentou crescimento, apesar dos obstáculos dos custos operacionais do sistema, anteriormente impeditivos a esta expansão. Segundo fontes do Portal Nacional dos Corretores de Seguros (SEGS, 2004), no país já foram instalados cerca de 140.000 rastreadores, sendo 45.000 em caminhões de carga.
A pesquisa de Anefalos (1999)
demonstra a reação elástica da demanda por sistemas de rastreamento por
transportadoras usuárias. De acordo com os resultados da pesquisa de
Anefalos (1999), o item “crescimento das frotas equipadas com rastreadores”
indica que empresas que optaram pelo sistema híbrido satélite/rádio, de
menor custo, ao final de um ano de operação terminaram por equipar 80% da
frota com rastreadores, enquanto empresas que utilizavam o sistema
totalmente rastreado por satélite, de custo mais elevado, finalizaram o
primeiro ano com um crescimento menor, equipando 34% da frota. Destacamos duas destas questões mais diretamente relacionadas com o problema: · Dentre os reconhecidos benefícios dos sistemas rastreadores quais estariam relacionados com a motivação da empresa transportadora para instalação de rastreadores em sua frota? · Existem benefícios reconhecidos pelas transportadoras usuárias de rastreadores relacionados com a gestão operacional da frota?
Segundo Anefalos (1999), dentre os principais benefícios observados pelas empresas, destacam-se: |
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Benefícios de Gestão | Benefícios com Segurança | ||||
Redução de custos |
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Redução de custos com segurança |
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Os resultados apresentados neste estudo, com base nas pesquisas consultadas, evidenciam a utilização reduzida ou não identificação dos benefícios relacionados com gestão operacional dos sistemas de rastreamento eletrônico pela maioria das transportadoras usuárias. A baixa exploração dos recursos tecnológicos dos sistemas rastreadores pelas empresas transportadoras confirma a presença da lacuna cultural e tecnológica citada por Anefalos (1999). Hamacher e Moura (2003) citam que grande parte da frota de veículos de carga brasileira é composta por profissionais autônomos carentes de gestão profissional adequada, o que propicia uma baixa disseminação tecnológica neste universo de empresas. |
Tecnologia de pesquisa Brasileira | |
Bibliografia | |
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