ARTIGOS CIENTÍFICOS - Isnard Martins

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QUEM DIRIA, LITTLE BIG HORN FICA EM PORTO ALEGRE

   (Toque de carga da 7a cavalaria)
 Isnard Martins

Gal Custer - Arquivo

Podemos imaginar o cenário. O General Custer, movido por mesquinhas e desprezíveis ambições políticas rumo ao Capitólio, mal acompanhado de alguns comparsas, cercam o índio, surpreendido em sua terra nativa exercendo o seu sagrado direito à vida, mata-o a socos, ferro e fogo, fazendo da covardia uma virtuosa manobra militar. 

Pouco tempo depois, Cavalo Louco, diante de uma invejável estratégia de combate, ausente dos currículos de guerra de West Point, deu o troco mais famoso da história índia americana, emboscando Cabelo-de-Fogo em Little BigHorn, dizimando o tristemente famoso General George Armstrong Custer  e todos os seus asseclas matadores de indígenas. 

Quando observamos o curso da história americana, fica difícil não estabelecer um paralelo entre os fundamentos perversos dos acontecimentos chocantes dos precedentes do massacre da famosa batalha e das seqüências dos Custers brasileiros, moendo até a morte, covardemente, índios, geralmente dormindo ao relento em algum canto qualquer do país. 

Ou procuram, por mera repetição destes fatos, tendo a certeza da posterior impunidade do crime cometido em nome da barbárie, liquidar um avô-índio de 77 anos e atear fogo em um Galdino dormindo, ou talvez, por um simples exercício de imaginação, movidos por um sentimento inexplicável de vingança, partem ferozes para a prorrogação de Little Big Horn. 

O que talvez seja mais surpreendente nestes tristes episódios, seja a absoluta ausência de sentimentos de humanidade que jovens sem antecedentes criminais, selecionam um alvo de morte com a mesma facilidade de quem quebra uma lâmpada na via pública ou comete um outro delito reprovável de menor expressão, dotados da consciência moral de uma barata. 

Quantos Galdinos serão ainda covardemente queimados, mortos com requintes de atrocidade para que o Jovem Custer não mais os confunda com insetos nocivos que precisam ser exterminados em nome da diversão, imaginando-os como semelhantes, supondo um mínimo de racionalidade em suas mentes criminosas. 

Por outro lado, na sociedade das desigualdades sociais, as raízes desta barbárie têm suas sementes plantadas no terreno do preconceito e da discriminação que, por muitas vezes, por miopia social ou eventualmente por hipocrisia, teima-se em negar a sua óbvia existência. 

A ameaça e a agressão situam-se como delitos de maior expressão nas delegacias policiais brasileiras, sendo a lesão corporal seguida de morte como possível decorrência proporcional desta violência. Constatamos que a presença preventiva da polícia na maioria destes casos seria praticamente impossível, pois estamos tratando com o mais absoluto acaso. Da imprevisibilidade de uma nova mente criminosa que mata por entretenimento, apenas laços familiares, civilidade e educação escolar eficiente podem preventivamente defender o Índio, defende-lo do Custer Brasileiro.

Poster parcial do filme Clássico
"With General Custer at Little Big Horn"

Isnard Martins é professor do Departamento de Engenharia Industrial da PUC-Rio


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